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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

POESIA POPULAR NORDESTINA



O DIVÓRCIO DE UM AGRICULTOR 
Por:  Adebal Ferreira (O ADVOGADO POETA*)
 
O Caso abaixo  trata-se de uma ação de divórcio que mesmo sendo processo de segredo de Justiça omitimos o nome da parte Ré e sua qualificação, civil mostrando apenas como exemplo de petição.
Advogado Poeta
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Excelentíssimo Dr. Juiz de Direito desta
Comarca da cidade de São João,
O brasileiro FRANCISCO AGOSTINHO GOMES
Aposentado rural residente neste sertão
Vem por seu advogado perante Vossa Excia.
Pedir da Justiça Estadual uma providência
Ajuizando para seu DIVÓRCIO esta ação.
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É o autor residente
Numa rua projetada
E a sua casa, Excelência
Ainda não é numerada
Há seis anos reside ali
No bairro Vale Sabugi
Onde está sua morada.
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Sabendo ser impossível
Continuar o seu consórcio
E para que não fique mais
Sofrendo com esse negócio
Vem perante Vossa Excelência
Ajuizar pedindo urgência
Com litígio o seu DIVÓRCIO.
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Contra a sua ex-exposa
Que é a pessoa demandada
Brasileira e doméstica
Com o Requerente casada
Na rua XXX em Patos
Residente e domiciliada
Lá no bairro São Sebastião
XXX é a numeração
Onde deverá ser citada.
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Sendo ele um homem pobre
E aposentado rural
Pede a Justiça Gratuita
Neste feito processual
Pois o seu advogado
Está sendo renumerado
Por seu órgão sindical.
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Diz aqui o Requerente
Que com a Ré se casou
E por vinte e oito anos
A família sustentou
E que por infelicidade
Dado a incompatibilidade
De gênios se separou.
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Oito filhos o casal teve
Desse consórcio nupcial
Quase todos são maiores
Não vivem mais com o casal
Tendo apenas hoje um só
Vivendo por ser menor
Sob a guarda maternal.
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Lá na Comarca de Patos
A requerente ajuizou
Uma ação judicial
Para pedir ao Autor
Uma pensão de alimentos
Tendo naquele momento
Sendo de vinte por cento
A pensão que se acertou
Cuja cópia se faz juntar
Para que possa provar
O que ali se passou.
 

A guarda do filho menor
Ficará com a ex-mulher
Pois os outros são maiores
Cada um faz o que quer
E sobre os bens do casal
Há um imóvel residencial
Conforme prova documental
Cuja venda agora requer.
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Pois o Requerente vive
Morando em casa alugada
Segundo junta os recibos
Desta matéria afirmada
E para a Justiça ser justa
Crê que a coisa só se ajusta
Sendo a casa negociada.
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Pois o Requerente AGOSTINHO
Que o grande santo não é
Hoje já possui três filhos
Junto com outra mulher
Diz que a casa tem que vender
Pois não pode continuar a ser
Como a Requerida quer.
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Explica ele Excelência
Nesta sua peça inicial
Por uma questão de Justiça
Através deste profissional
Que quer a casa seja vendida
Pois somente assim sua vida
Ficará menos infernal.
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E que vendendo a casa
Pelo seu valor real
Quando dividir por dois
Com certeza no final
Dará para ele suprir
Em São João do Sabugi
Seu problema habitacional.
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Com certeza a Requerida
Outra casinha comprará
Para que com o filho Hugo
Possa então nela morar
E então assim o problema
Objeto enfim deste tema
Possa enfim se acabar.
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Tem um fato Excelência
Que ele quer que se entenda
E que a Requerida aqui
Neste DIVÓRCIO compreenda
Que ele não foi o culpado
De o bar ela ter fechado
E não possuir outra renda.
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Pede então o Deferimento
Agora ao se despedir
Perante Vossa Excelência
Em treze de setembro aqui
Um dia para ele incomum
Deste ano dois mil e um
Em São João do Sabugi.
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